Infiltrações, goteiras, paredes rachadas, equipamentos não instalados, refrigeração deficiente, ferrugens. Esta é a situação do novo prédio do Instituto Médico-Legal (IML), na Avenida Francisco Bicalho, no Centro do Rio, inaugurado com estardalhaço há apenas sete meses pelo governo do estado.
Levantamento feito no Sistema Integrado de Administração Financeira do Estado (Siafem) revela que, dos R$ 32,2 milhões empregados na obra, pelo menos R$ 19,6 milhões (60,8%) foram gastos com dispensa de licitação. A quantia foi empenhada (reservada no orçamento para pagamento posterior) em favor de uma única empresa, responsável pelas obras civis do novo IML.
A intenção era que o novo prédio fosse comparável aos IMLs do primeiro mundo. A construção foi feita a toque de caixa, após a sede anterior, na Rua Mém de Sá, ter sido interditada pela Vigilância Sanitária. O governador Sérgio Cabral chegou a classificar o antigo prédio de “casa dos horrores”. Mesmo assim, a inauguração do novo IML foi adiada nove vezes.
As más condições do prédio foram constatadas durante uma vistoria realizada mês passado pelo Sindicato dos Médicos e pelo deputado Alessandro Molon (PT).
— A falta de licitação contribuiu para o custo elevado e a má qualidade da obra. Vou fazer uma representação ao Ministério Público pedindo para investigar as razões da precoce deterioração do prédio — disse Molon, que é membro da Comissão de Orçamento da Alerj.
Fonte: Jornal Extra
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