segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ouvidoria do MP na Cidade de Deus fica vazia; moradores relatam ameaça


Uma comunidade silenciada por uma suposta ameaça à liberdade de expressão. Esse foi o quadro denunciado por moradores da Cidade de Deus, ontem, a membros do Ministério Público, afirmando que policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) teriam feito ameaças para que não comparecessem à Ouvidoria Itinerante do MP, que foi ontem à favela.

Segundo o ouvidor-geral do MP, Gianfilippo Pianezzola, a hipótese será considerada pela instituição, mas a baixa presença pode ter sido causada também por uma divulgação restrita por parte da associação de moradores.

— Isso pode explicar a baixa presença da comunidade, mas também não pode ser desconsiderada a hipótese de falha na divulgação — explicou Pianezzola, lembrando que, na primeira ida do MP à favela, em agosto de 2009, a presença foi muito maior.

Segundo o comandante da UPP, capitão José Luiz de Medeiros, a unidade sequer sabia do evento do MP, já que a instituição não comunica anteriormente à PM o dia em que será montada a Ouvidoria. Ele disse estar aberto a moradores que tenham recebido ameaças.

Subprocurador-geral de Justiça de Direitos Humanos, Leonardo Chaves afirmou que a situação descrita pelos moradores levará o MP a atuar ainda mais na favela:

— É importante que os moradores da Cidade de Deus entendam que o Ministério Público está aqui. Vamos estudar um calendário, talvez com uma divulgação mais reservada, para que essas pessoas tenham tranquilidade para chegar à instituição — prometeu Chaves.

Fonte: Jornal Extra

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