
O avião fretado partia toda semana de Roma e Milão com destino a Fortaleza (CE). Na bagagem, os cerca de cem passageiros, a maioria entre 40 e 50 anos, levavam camisinhas, Viagra e a expectativa de conhecer finalmente o lugar onde encontrariam “meninas bem novinhas, bem baratinhas, que se entregavam com um simples presentinho”, como descreviam os operadores de viagem italianos.
A suspeita sobre o esquema chegou, em 2005, às mãos de Diana de Martino, procuradora da República italiana e coordenadora do departamento ao crime organizado de Roma. Uma das principais responsáveis pelo combate à máfia italiana, hoje enfraquecida após 20 anos de cerco sobre os principais líderes das organizações, a procuradora assumiu a investigação do caso e determinou que agentes se infiltrassem nessas excursões para mapear a rede criminosa.
A ação, mais tarde batizada como “Operação Meninas de Fortaleza”, demonstra como funciona o mercado de serviços sexuais oferecidos no Brasil, uma rede combatida pelos mesmos responsáveis pelo cerco aos temidos grupos mafiosos como a Cosa Nostra (da Sicilia) e a Comorra (de Napoles). Mostra também, segundo ela, como o combate à pedofilia é efetivo quando existe cooperação adequada entre nações.
Fonte: Último Segundo
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